Série Corrida tecnológica da indústria 4.0 pelo mundo - Alemanha e Europa
Vamos mostrar uma série de 5 países com as principais iniciativas da indústria 4.0 pelo mundo
Com o passar dos anos, a Alemanha e Estados Unidos se aprofundaram na perspectiva de ter uma nova fronteira tecnológica. Estas perspectivas se materializaram em uma nova revolução industrial, movimento no qual vários outros países demonstraram interesse posteriormente e também adentraram, inclusive o Brasil.
Na Europa, o Programa de iniciativas de desenvolvimento e modernização da indústria foi criado pelo governo Alemão em 2011 e lançado formalmente na feira de Hannover em 2012, com o objetivo de elencar quais os principais pilares e tendências deveriam ser tidas como foco para posicionar o país como líder mundial em tecnologia e produção industrial. Sob o nome de Industrie 4.0 foi adotado também em outros países, de forma semelhante, com diferentes nomes como veremos nas séries a seguir.
Podemos ver nessa imagem abaixo os pilares do movimento:

Manter a posição da Alemanha como líder mundial em indústrias e exportações de alta tecnologia continua a ser uma prioridade importante para os alemães. O governo federal apoia e promove a produção industrial avançada, por meio dos seus diferentes ministérios, órgãos e agências, que trabalham em parceria e estreita colaboração com o setor privado (empresas e associações). Há incentivos também às parceiras e à cooperação entre ciência (universidades e institutos de pesquisa) e indústria.
Com isso, a Alemanha tem uma estratégia dual para o sucesso da indústria 4.0 que é defensiva (manter a competitividade) e agressiva (desenvolvimento de novos mercados). Os dois objetivos são:
Melhorar a competitividade da indústria alemã como um todo;
Desenvolver a competência das empresas alemãs em sistemas de automação embarcados, e no desenvolvimento de novos equipamentos, para que a possam vender esses serviços e produtos globalmente, o que facilitaria um movimento global para a Indústria 4.0 nos moldes da indústria alemã em outros países.
Esses dois objetivos atendem as exigências de clientes individuais – customização, flexibilidade, tomada de decisão otimizada, produtividade e eficiência de recursos.
Daí, então, ele se tornou o conceito geral de uma produção interconectada e digitalizada, ou seja, as máquinas e os produtos são vistos como componentes interconectados e inteligentes que podem se intercomunicar, transmitindo os dados localmente, globalmente e além dos limites empresariais. Esse método deve oferecer uma transparência e uma flexibilidade nunca antes existentes.
Além disso, na Alemanha, foram divididas oito frentes de trabalho do governo e da indústria:
1) Padronização e arquitetura de referência
2) Gerenciamento de sistemas complexos
3) Infraestrutura de banda larga com capacidade de atender as demandas da indústria
4) Proteção e segurança
5) Organização do trabalho e design
6) Organização do trabalho e design
7) Estrutura regulatória
8) Eficiência dos recursos
Aproveitando o pioneirismo da Alemanha no lançamento do Programa de modernização e evolução da sua Indústria, os países da Europa criaram em conjunto um método de avaliação de estágios para a implementação das novas tecnologias discutidas e propostas no movimento Industria 4.0.

O eixo vertical representa o índice de preparação da Indústria 4.0.
Baseado em dois critérios: a) excelência industrial (sofisticação do processo de produção, grau de automação, prontidão da força de trabalho e intensidade de inovação); e b) “value networks” (valor agregado, abertura do setor, rede de inovação e sofisticação da internet).
O eixo horizontal representa a tradicional medida da indústria de transformação sobre PIB.
Cada categoria foi medida usando uma escala de até 5 pontos.
Quais os desafios da Europa na implementação da Indústria 4.0?
Os desafios que cada um irá enfrentar são completamente diferentes, e por consequência os resultados também devem ser desiguais. Cada estado-membro tem suas vantagens e desvantagens.
O contraste mais obvio é entre Alemanha e Itália, que ocupam respectivamente a primeira e a segunda posição em termos de tamanho da indústria de transformação. A 4.0 traz consigo uma vantagem competitiva para a Alemanha. No caso da Itália, não está claro como ela caberia na sua estrutura industrial, dado o elevado nível de MPEs.
A visão sobre o papel da manufatura na economia do futuro, por vezes, é diferente entre França e Alemanha.
A Irlanda representa um terço da economia de Paris, e é dominada por multinacionais estrangeiras que produzem para exportação. Ou seja, sua situação é, mais uma vez, muito diferente.
É pouco provável que Suécia, Áustria e Irlanda se tornem referências da Indústria 4.0, mesmo que estejam investindo muito nisto.
“Para que a Indústria 4.0 aumente a competitividade industrial da União Europeia será preciso um esforço sustentado, talvez de décadas, e muitas condições prévias a serem cumpridas. Isto não quer dizer que as iniciativas da Indústria 4.0 devem ser abandonadas, mas as expectativas em termos de resultados precisam ser realistas”.
Atualmente, não só a Alemanha como diversos países Europeus utilizam principalmente a feira de Hannover para mostrar como eles estão se adequando ao programa Industria 4.0 e quais são as suas principais novidades tecnológicas para o mundo.
O que achou desse conteúdo? Nas próximas semanas vamos publicar sobre os próximos países em busca da liderança da nova revolução industrial!
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